terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vida de Verme!

             [Um pouco de sarcasmo pra fazer vc pensar]

Antes só vivia triste
Triste com minha vida de verme
Mas, agora não.
Agora, não...
Vez por outra aparece alguém como eu por aqui.
Alguém que tem vida de verme como a minha.
Graças a Deus!
Assim eu posso me alegrar um pouco...
Fico rindo da desgraça de alguém...
Alguém que tem uma vida de verme como a minha.
Davson Sobral

Ela

[Realmente esse é um ótimo conto dá mesmo medo]

Dentre sombras e escombros ela vem, 
me atordoa só de olhar...
Ao mesmo tempo seu olhar silencioso 
me seduz e me encanta,
Faz com que eu me entregue...
Mas nas sombras ela vive...
Então ela me leva até as sombras...
Naquela penumbra de árvores negras e gélidas
Mata virgem de cheiro forte que não sei de que é
Lá onde ela dorme, lá onde 
não quero nem dizer como é
Lá mesmo...
Se fazendo de luxúria me convida e eu vou de pura vontade
Vou escutando seu canto maligno
Canto que me dá medo e desejo
E andando nessa mata silenciosa 
que nem pássaros tem,
Apenas cigarras ensurdecedoras 
incomodam meu pensar,
É Ela que me encontra
E antes que eu grite aterrorizado com sua aparência,
Me arranca logo a língua, com suas unhas que mais parecem pequenas facas serrilhadas
Como eu ainda insisto em gritar 
ela decide me calar...
Com toda a calma e delicadeza de uma costureira costura meus lábios
Costura com apenas um fio de seus longos cabelos ásperos e espinhentos
E olha no fundo de meus olhos arregalados
Seus olhos são como vidro e cristal branco..
E sem pupilas ela enxerga tudo ao seu redor...
Enxerga na mais escura negridão da madrugada
E o que não enxerga ela escuta...
Feito isso ela arranca meus cabelos com suas unhas de serra e seus dentes..
Dentes que são negros e resistentes 
como minério de chumbo
São como os nossos dentes só que são maiores.
Depois de me deixar sem pêlo algum no corpo
Me banha com mel e lama
Me pendura em uma grande árvore
E faz com que os cupins me mordam 
até eu desfalecer
E com aqueles insetos em todas as partes de meu corpo encharcado de lama
Antes que eu morra ela me tira de lá
E me coloca em uma grande pedra amarrando-me com trepadeiras e cabelos
Dali ela fica a me admirar...
Cada gemido, cada estralo de 
meus ossos a queimar no sol
Cada erupção de sangue em minha pele já flácida
de tanto sofrimento
Pra Ela é um prêmio, medalha coisa valiosa
Mas ela não me mata, e nem me come 
pois me quer podre
É isso que o desejo dela
Ela quer minha carne podre 
    E passados uma tarde e meia em fim morri.    
_______ Davson Sobral________      

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Caixa de Pandora (Em 20/08/10)

“A MELHOR MANEIRA DE SE ETERNIZAR UMA PESSOA,
PERDOEM-ME OS EGÍPICIOS,
TALVEZ NÃO SEJA A MUMIFICAÇÃO,
MAS SIM A CANETA E O PAPEL...
POIS, A MUMIFICAÇÃO MANTÉM MEU O CORPO INTACTO,
JÁ A CANETA ETERNIZA MINH'ALMA 
NAS ENTRELINHAS DESSE ESCRITO
CONGELANDO  MEUS SENTIMENTOS 
E TODA A VIDA QUE HÁ NELES   
COLOCANDO-OS EM UMA CAIXA DE PANDORA
DANDO-ME SUA CHAVE PARA QUE SÓ EU 
E NINGUÉM MAIS POSSA ABRIR E RESSENTI-LOS
ISSO É UM REINO ONDE O TEMPO NÃO ALCANÇA
É UMA CHAVE QUE O TEMPO NÃO POSSUI...
POR ISSO EU ESCREVO.”

domingo, 26 de dezembro de 2010

Morre Homem, Nasce Poeta


Verso único morte, Único Verso forte,
Verso perverso se faz Querubim
Me deixa disperso, destrói minha sorte
Dizendo que é anjo me dá passaporte
Passagem de ida ao grande universo
Me dá duas asas, faz-me pássaro forte
Me ensina a voar, mas não a pousar
Querubim nada, ele é anjo da morte
Forte nada, me escraviza e me destorce
Quis provar do mar desse verso,
Fruta proibida desde o começo,
Achei que provar do mar e conhecê-lo era progresso
Progresso nada, esse mar me puxou, me deixou submerso
Oh! Anjo maldito me deixa voltar
Quero olhar a Lua e não poetizar
Pois naquele único verso, caminho sem fim
Achei universo perdido em mim
Um verso possesso que se fez Querubim
Me ensinou a Ver como Poetas vêem
Me ensinou a Pensar como Poetas pensam
Me ensinou Chorar como Poetas choram
Mas não me deu o sorriso, Porque os Poetas não o têm
Olho o Mar e vejo um amigo
Como não ser um Poeta agora?