“Dedico esse poema ao maior barulho que já existiu,
tão alto que por mais longe que estivermos, dos outros e do mundo,
ainda sim o escutaremos. O Silêncio.” (Davson Sobral)
O Silêncio existe?
Silêncio é ausência de Barulho?
Ou Barulho é a ausência de Silêncio?
Seria o silêncio um tipo barulho?
É comprovado que inúmeras faixas sonoras são imperceptíveis ao ser humano...
Então o que é para mim silêncio pode ser barulho para um cachorro ou morcego.
Enquanto leio um livro...
Paro e escuto as máquinas a construir um edifício ao meu lado,
No começo, parece-me incômodo, depois percebo o barulho em curtos instantes,
Logo após, está ele imperceptível para minha mente ocupada com o livro.
E ainda mais, agora esse barulho ensurdecedor,
“apaga” os outros sons rua e da vizinhança
e torna-se pra mim até cômodo, parece com o silêncio de uma biblioteca...
Só que de repente quando ele cessa...
Levo um grande susto, (!!!)
Que ironia !!!
O silêncio me assustou como um grande barulho...
Concluo: Se existir um grande barulho como esse desde o início da minha existência,
nunca o perceberei, pelo menos até que ele pare.
Ora, se em apenas alguns minutos já deixei de escutá-lo,
Que dirá em anos?
Dizem que o mundo foi criado, se Ele foi criado como dizem,
Obviamente antes; não se existia barulho.
Pois, nem se quer existia-se algo,
Sendo assim, se algo existe realmente...
Esse algo é o silêncio.
Sempre existiu, habita entre nós, sempre existirá...
Até depois de nós; Ele ainda estará aqui.
Ele era antes desse poema e será ainda depois do ponto final.
E ainda só, pense comigo...
“NADA SE CRIA, TUDO SE TRANFORMA”
Sendo assim, se você fechar seus olhos agora e imaginar,
Uma coisa que você nunca imaginou,
Por exemplo:
Um cavalo branco com círculos pretos espalhados pelo corpo...
Onde estava esse cavalo antes de ser imaginado?
Na sua memória?
De maneira nenhuma!
Você nunca o tinha imaginado...
Onde ele estava então?
Ele era Silêncio.
Antes éramos Silêncio...
Agora somos barulho...
Breve seremos silêncio outra vez.
_______ DAVSON SOBRAL _______