quarta-feira, 2 de março de 2011

Memórias de um ex-poeta (escrita em 02/03/11)


A cada dia que se passa morrem células no nosso corpo
que nunca mais nascerão novamente, 
cada segundo que você respira, cara hora que bate no seu relógio
é mais um assassinato de um grande momento perdido.
eu mesmo posso estar até perdendo tempo em escrever esse pensamento
ou você perdendo tempo em lê-lo
 Pra que escreve-lo então?
Pra que olhar o mundo diferente ou ver grandes maravilhas
em coisas aparentemente fúteis.
Pra que dançar com as palavras, rimar e deixar-las consonantes 
com o consciente do leitor
Pra quê tudo isso?
Olhar o mar e ver um amigo? Pensar no que uma árvore medita ou o que anseia uma borboleta?
isso loucura gente!
eu devo mesmo
é ser como vocês 
não admirar a verdadeira beleza do mundo e da sabedoria
vivendo cada dia sem esperar ou pensar na morte, 
vivendo um ciclo de actividades sem sentido real 
mas com uma grande lógica aparente de vida, 
- que lógica é essa? um poeta perguntaria.
agora eu respondo como vocês: 
a lógica da vida é morrer.
ao passo que a lógica do tempo
é acabar, passar, exaurir-se.
Sei que essas minhas palavras são incoerentes ou até inconsisas mas deixei-as assim, pois, ficam mais parecidas comigo e meus dilemas acerca disso tudo.