sábado, 19 de março de 2011

Formiga (escrita em 03/11)


São cinco da manhã o sol vence a lua e amanhece o dia
Acordada a formiga foge das pisadas assassinas dos homens
Pisadas que não são psicopatas, pois não tem intenção de óbito 
Seus autores nem notam a pobre formiga.

São quatro da tarde o sol se enfraquece e a lua acorda a noite
Cansada a formiga ainda procura seus objetivos na solidão fria do breu 
Prisioneira de seu trabalho em fim pode descansar de sem homens e sem folhas
A pequena volta pra sua casa num oco de ébano.

São três da madrugada a lua encontra sua avidez no anil e nos uivos da chuva
A nossa forte delicada, luta entre gotas vindas do céu como anjos da morte
Sobrevive como num milagre de um naufrágio
Destruída sua casa, reside agora em um resto úmido de algo velho.

Vai nascendo a manhã e o sol vence a lua novamente
Acordada a formiga relembra o dia que passou 
Quase a pensar age como se tivesse a força de um leão
Preparada para dias melhores ou não recomeça seu trabalho