quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Segunda Origem

Quando escrevo me sinto como uma mãe dando a luz ao seu amado filho.
Na verdade me sinto como tal mulher até mesmo antes desse feto formar-se.
primeiro me sinto fecundado por um pequeno suspiro de idéia 
tão pequeno que nem consegue externar qualquer sinal vital,
dai então, esse suspiro externo adentra no  meu cerebro e torna-se um pensamento
mais ainda sem forma e vazio
e na maioria das vezes esqueço ou nem percebo que houve vida dentro de mim.
logo depois,(às vezes não tão logo assim), sinto toques de raciocínio me chutando 
e de certa forma me mudando internamente.
até que chega o dia do parto, dia em que me apresento ao papel e a caneta para a cirurgia
e com ansiedade me vejo no dilema: Dou a luz a essa ideia viva dentro de mim pra que ela pertença ao mundo expondo-a para que tão logo seja criticada, atacada ou até nem notada? ou, Mantenho-me uno com ela deixando-a viva dentro mim nesse lar seguro e sombrio? quase sempre escolho a primeira opção. 
E com as dores de um sentimento agora real eu parto. Mas, antes apresento meu querido escrito ao mundo. E tudo isso é uma segunda origem de mim só que escrita, e essa origem me toca quando ela mesma no papel é tanto eu quanto eu mesmo sou no meu ego.