quinta-feira, 24 de março de 2011
A solidão da folha (escrita em 03/11)
Eu achava que era uma árvore mas vejo que sou uma folha
Eu achava que tudo era canção,
Que as flores falavam que o vento me dava a mão
Eu achava que o que eu era, era meu segredo,
Que ao teu lado perdia o medo
mas, não...
Nem tudo é canção existe muito barulho sim, eu que não ouvia
Flores não falam pois nem boca tem, eu que não via
Vento não tem braços nem vontade, eu que personificava nele um amigo
O que eu era, não era segredo; eu que me escondia, o que é muito diferente
Ao teu lado eu não perdia o medo; Medo, eu nunca tive
Algo em mim tentava criar algo pra te depender
Mas mesmo sem medo hoje ainda preciso viver
E preciso da tua luz pra me fazer crescer
Eu que sou folha e sem Sol não respiro
Você ainda é o fator causador dessa fotossíntese dentro de mim
Não te ter causa dor infinda e sinto uma antítese sem fim
Sem você a seiva que me dá vida deixa de correr
Tudo em mim fica amarelado e deixa de florescer
Não preciso de medo pra te amar
Só digo que sem teu calor vou definhar, secar, deixar de respirar, não mais frutificar.
Você é sol em mim.
Nunca me deixe.
Eu achava que era uma árvore mas vejo que sou uma folha.