segunda-feira, 28 de março de 2011

Asas e Pés no chão (escrita em 03/11)


Quero Asas pra ver tudo bem longe no horizonte
Quero Pés no chão para ver o tamanho real das coisas
Quero Asas pra no vento ter o prazer de ser criador imortal e sábio
Quero pés pra poder no chão ter o prazer ser criação humana e aluno.
Preciso de asas mas sei que o céu não é tão seguro
Quem voa nunca descansa está sempre a bater asas
Sempre a desviar de algo, sempre a fugir da chuva
No chão o solo me sustenta, nada de chuva ou bater de asas
Preciso de Pés mas sei o chão não é tão seguro
Quem anda nunca descansa está sempre atento à alguma fera
Sempre a procurar algum tropeço, sempre a arranhar os calcanhares
No céu o vento me protege, nada de pedras ou fujir de feras
Preciso de Asas, mas também preciso de Pés no chão.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A solidão da folha (escrita em 03/11)


Eu achava que era uma árvore mas vejo que sou uma folha
Eu achava que tudo era canção,
Que as flores falavam que o vento me dava a mão
Eu achava que o que eu era, era meu segredo,
Que ao teu lado perdia o medo
mas, não...
Nem tudo é canção existe muito barulho sim, eu que não ouvia
Flores não falam pois nem boca tem, eu que não via
Vento não tem braços nem vontade, eu que personificava nele um amigo
O que eu era, não era segredo; eu que me escondia, o que é muito diferente
Ao teu lado eu não perdia o medo; Medo, eu nunca tive
Algo em mim tentava criar algo pra te depender
Mas mesmo sem medo hoje ainda preciso viver
E preciso da tua luz pra me fazer crescer
Eu que sou folha e sem Sol não respiro
Você ainda é o fator causador dessa fotossíntese dentro de mim
Não te ter causa dor infinda e sinto uma antítese sem fim
Sem você a seiva que me dá vida deixa de correr
Tudo em mim fica amarelado e deixa de florescer
Não preciso de medo pra te amar
Só digo que sem teu calor vou definhar, secar, deixar de respirar, não mais frutificar.
Você é sol em mim.
Nunca me deixe.
Eu achava que era uma árvore mas vejo que sou uma folha.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Amor e Física (escrita em 03/11)


O amor é amorfo
não tem eixo de simetria nem tem massa homogênea
O amor é amorfo
não possui centro de gravidade óbvio nem volume estático
O amor é amorfo
não tem celulas ou protéinas, nem átomos ele tem!
O amor é amorfo
não obedece as leis físicas! 
Como pode?
Como ele existe então?

O amor é fé
é como esperar algo que meu Pai prometeu sendo eu uma criança
O amor é decisão
é crer como se crê em Deus e pronto.
O amor é atitude
é ter a vontade errar, mas possuir a força de não errar
O amor é coragem
é fazer algo por alguém que não faria o mesmo por você
Como pode?
Como ele existe então?

sábado, 19 de março de 2011

Formiga (escrita em 03/11)


São cinco da manhã o sol vence a lua e amanhece o dia
Acordada a formiga foge das pisadas assassinas dos homens
Pisadas que não são psicopatas, pois não tem intenção de óbito 
Seus autores nem notam a pobre formiga.

São quatro da tarde o sol se enfraquece e a lua acorda a noite
Cansada a formiga ainda procura seus objetivos na solidão fria do breu 
Prisioneira de seu trabalho em fim pode descansar de sem homens e sem folhas
A pequena volta pra sua casa num oco de ébano.

São três da madrugada a lua encontra sua avidez no anil e nos uivos da chuva
A nossa forte delicada, luta entre gotas vindas do céu como anjos da morte
Sobrevive como num milagre de um naufrágio
Destruída sua casa, reside agora em um resto úmido de algo velho.

Vai nascendo a manhã e o sol vence a lua novamente
Acordada a formiga relembra o dia que passou 
Quase a pensar age como se tivesse a força de um leão
Preparada para dias melhores ou não recomeça seu trabalho

sexta-feira, 11 de março de 2011

Não mais saudade

Lembra de mim quando tudo é saudade
Lembra de mim mesmo na felicidade
Lembra de mim quando o sol se por
se não florescerá na dor solidão
e brotará um broto de dor torna-se-a um toco sem cor
que ofusca o que é flor no nosso roseiral de amor
Lembra de mim quando angustia doer como larva a roer tua flor , por favor pois eu sou beija flor por você minha flor faço tudo, faço tudo se então assim de mim lembrar, o cravo então se alegrará e a rosa despedaçará toda dor. então pra sempre haverá e sempre sempre existirá não mais saudade

segunda-feira, 7 de março de 2011

O Leão velho e a Lua nova (Escrita em 06/03/11)

        

         Meu rugido falha, minhas presas quebraram, minhas garras também... preciso reencontrar quem eu quero proteger achar minha missão, lembrar porque eu nasci tão forte; pegar na tua mão te mostrar q vou fazer parte do seu futuro. Minha alma está cansada desses dias repetitivos, agora eu entendo tudo que você falava e me mostrava o quanto eu tinha que crescer mas quase sempre eu não dava ouvidos e prefiria a minha juba, que já não é mais bela por sinal, mas saber que de alguma forma você pensa em mim ainda que não da mesma forma; me cura, embora deixe cicatrizes, a dor se vai. Hoje sozinho nesse zoológico quando olho pra você, quando sinto a luz do Sol que você reflete em mim lembro da paz da savana. Por fora perdi minha avidez de leão mas por dentro meu espírito ainda é o mesmo. Basta você me dar a fé do teu abraço que volto a ser aquele corajoso leãozinho. E devo isso a você Lua.

sábado, 5 de março de 2011

Sete minutos (Escrita em 03/03/11)


Existe uma paz que grita em teu olhar
e quando eu a vejo começo a me lembrar
de tudo que é mais belo dentro em mim
fico assim:
Voo como pássaro Distante...
Ando como Nômade Errante...
Ressoo como Acorde dissonante... 
Tudo isso no mesmo instante.
e é como ver o sol que se põe no horizonte 
em cima de um e alto e colosso monte
ao som do calor na tarde amarelada,
ao tom de uma flor que arde apaixonada
entre brisas de além-mar e nuvens rosadas 
Todas juntas anunciando: 
- estão quase acordadas!
E eu pergunto: -Quem?
E escuto um eco que vai e vem
dizendo:-Em?
Mas eu sei quem vai despertar
A tarde se vai
E as estrelas virão me iluminar
e os pássaros logo vão dormir.
as cigarras acordadas vão sorrir
Percebi agora!
Ainda estou a te admirar
Sete minutos estão a contar
Ainda estou a navegar
Nesse mar particular
Mar de Paz que grita em teu olhar.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Reinventei o amor! (escrita em 03/03/11)


É sim, Desinventei o meu amor...
Dizem que o amor não é real
e que não passa de um ideal
mas basta eu ver você pra eu me esquecer de tudo
perco a fala,  fico mudo
e tudo que eu tinha por seguro
fica em cima do muro
não quero ser sentimental
nem muito menos genial
mas tudo isso grita em mim como um colapso sem fim
quando seu olhar me tenta
me tenta e me arrebenta
até sem querer pensar em ti minha mente pensa
e logo o vento já não venta
e meu amigo sol 
já não me esquenta
e em fim novamente meu amor se reinventa.
e se alcama por segundos minha tormenta.


quarta-feira, 2 de março de 2011

Memórias de um ex-poeta (escrita em 02/03/11)


A cada dia que se passa morrem células no nosso corpo
que nunca mais nascerão novamente, 
cada segundo que você respira, cara hora que bate no seu relógio
é mais um assassinato de um grande momento perdido.
eu mesmo posso estar até perdendo tempo em escrever esse pensamento
ou você perdendo tempo em lê-lo
 Pra que escreve-lo então?
Pra que olhar o mundo diferente ou ver grandes maravilhas
em coisas aparentemente fúteis.
Pra que dançar com as palavras, rimar e deixar-las consonantes 
com o consciente do leitor
Pra quê tudo isso?
Olhar o mar e ver um amigo? Pensar no que uma árvore medita ou o que anseia uma borboleta?
isso loucura gente!
eu devo mesmo
é ser como vocês 
não admirar a verdadeira beleza do mundo e da sabedoria
vivendo cada dia sem esperar ou pensar na morte, 
vivendo um ciclo de actividades sem sentido real 
mas com uma grande lógica aparente de vida, 
- que lógica é essa? um poeta perguntaria.
agora eu respondo como vocês: 
a lógica da vida é morrer.
ao passo que a lógica do tempo
é acabar, passar, exaurir-se.
Sei que essas minhas palavras são incoerentes ou até inconsisas mas deixei-as assim, pois, ficam mais parecidas comigo e meus dilemas acerca disso tudo.

terça-feira, 1 de março de 2011

Ainda existe (escrita em 01/03/11)


Ainda Existe
Fé pra no sonho acreditar
Ainda Persiste
Poesia a me acompanhar
Ainda Insiste
O Sol a me iluminar
Ainda Triste
Estou a caminhar



Ainda Existe
Alguém a me esperar
Ainda Persiste
Quem jurou me amar
Ainda Insiste
Mesmo estando a chorar
Ainda Triste
Me alegra e me faz sonhar