sábado, 12 de novembro de 2011

Lagrimas e Espelhos (escrita em 11/11)

Acordei, Sorri olhei para céu 
vi o sol apesar das nuvens
Um sol que não é tão forte nem cega
Como acordei?
As lágrimas ao chão foram espelho 
Ofuscando meus olhos
Essa luz agora tira meu sono 
Ainda com olhos fechados


Pensei um dia que nunca poderia 
Olhar para sol denovo
Por causa da sua luz atrevida 
Ironia?
Essa mesma luz me acordou, e 
pelas lágrimas-espelho consigo ver o sol.
E esse calor me deixa forte,
E como uma fotossintese eu respiro denovo.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A Sublime Subliminar (escrita em 06/11)


Uma sombra penumbra na escuridão da densa floresta
Dentro desse ébano breu relembra um clarão errante esquecido
vislumbra a virtude vertiginosa do medo indagando:
Quando há Luz o que sucede comigo que vivo sombra?
Ora, na luz eu não existo ou eu apenas não me vejo no ofuscante raio de sol?
enquanto pensa às escuras, surgem perto da sombra alguns seres sombrios que dizem:
Sabemos o que pensas sombra, sabemos das duvidas que te cercam...
e temos tua solução...
falaram isso em tom frio como o vento gélido que os cercava
Qual é ?? Exclamou a sombra em tom de curiosidade.
Segue-nos até depois da fronteira do bosque onde não há arvoredos nem folhas pra te proteger do sol mas,
saibas que não sabemos o que acontecerá com você quando a luz te abraçar... diziam em ironia e ainda cochichavam em tom tão baixo que era impossível entender algo.
A sombra cega pela sede de conhecimento aceitou segui-los por esse caminho da verdade...
Após alguns momentos chegam ao local.
-Pronto de aqui por diante é com você sombra.
-E vocês não vão comigo sair das sombras para luz?
-Não, não temos interesse! falaram em tom grosseiro.
 -Ok então. A sombra fala isso e entra na luz. Entrando na luz a sombra morre.
Os seres ficam sorrindo como se estivessem ganhando um prêmio.
Na verdade os seres sombrios sabiam que nenhum ser da escuridão
sobrevive na luz inclusive eles
mas mentiram para pobre sombra apenas para ver a sua desgraça,
mas ela ganhou o que tanto queria
o conhecimento da luz e das trevas.

sábado, 16 de abril de 2011

Por que tudo termina? (escrita em 04/11)





Existe felicidade? Por que tudo termina? perguntou alguém para um grande sábio.
- Queridos aqui presentes... Imaginem algo muito importante que vocês desejam há tempos;
Respondeu o sábio. e continuou...
-... Se você possuísse isso agora você seria feliz? Todos ficaram em silêncio
 atentos... o sábio fez outra pergunta então.
-... Por quanto tempo vocês seriam felizes até desejar outra coisa?
Todos de comum acordo aceitaram a ideia de que não duraria muito até decidirem que o tão desejado sonho já não era o bastante. O sábio encerra respondendo a pergunta do seu Aprendiz...
- A felicidade não existe concretamente como outros sentimentos, Amor, Ódio, Tristeza etc, na verdade a felicidade é como o Horizonte, Você caminha pra ela sabendo que nunca vai alcança-la mas se você a tivesse por que caminharia? Logo, o Maior presente que Deus nos deu foi a Não-Felicidade por que no dia em que as coisas que nos deixam alegres forem infinitas não teremos razão para seguir em frente. E é por isso que tudo termina.
Encerro esse texto com uma citação do Grande NIETZSCHE sobre o fim...
"[...] Os mestres de primeira categoria dão-se a conhecer pelo fato de, tanto nas coisas grandes como nas pequenas, saberem terminar de modo perfeito, seja uma melodia ou um pensamento, seja o quinto ato de um a tragédia ou uma acção política. Os melhores de segunda categoria sempre se inquietam com a aproximação do fim,[...]"

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Todos nós somos iguais (escrita em 04/11)

Apesar de não notarmos...
Eu e você temos um amigo em comum e um grande medo oculto] Eu e você temos um desejo
muito difícil de realizar-se]         Eu e você temos um outro desejo que só basta agirmos pra obter-lo]
Temos também um orgulho por uma conquista só nossa]
Temos uma vergonha só nossa também]

 

Entre outras coisas temos
saudades de um alguém
ou saudades de um tempo      Contudo, nos achamos
tão incompreendidos
e tão diferentes por quê?
Se algum dia criarmos coragem
pra falar de tudo isso      olho-no-olho com alguém,
qualquer que seja esse alguém,
veremos que
Apesar de não notarmos... 
Todos nós somos iguais.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Asas e Pés no chão (escrita em 03/11)


Quero Asas pra ver tudo bem longe no horizonte
Quero Pés no chão para ver o tamanho real das coisas
Quero Asas pra no vento ter o prazer de ser criador imortal e sábio
Quero pés pra poder no chão ter o prazer ser criação humana e aluno.
Preciso de asas mas sei que o céu não é tão seguro
Quem voa nunca descansa está sempre a bater asas
Sempre a desviar de algo, sempre a fugir da chuva
No chão o solo me sustenta, nada de chuva ou bater de asas
Preciso de Pés mas sei o chão não é tão seguro
Quem anda nunca descansa está sempre atento à alguma fera
Sempre a procurar algum tropeço, sempre a arranhar os calcanhares
No céu o vento me protege, nada de pedras ou fujir de feras
Preciso de Asas, mas também preciso de Pés no chão.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A solidão da folha (escrita em 03/11)


Eu achava que era uma árvore mas vejo que sou uma folha
Eu achava que tudo era canção,
Que as flores falavam que o vento me dava a mão
Eu achava que o que eu era, era meu segredo,
Que ao teu lado perdia o medo
mas, não...
Nem tudo é canção existe muito barulho sim, eu que não ouvia
Flores não falam pois nem boca tem, eu que não via
Vento não tem braços nem vontade, eu que personificava nele um amigo
O que eu era, não era segredo; eu que me escondia, o que é muito diferente
Ao teu lado eu não perdia o medo; Medo, eu nunca tive
Algo em mim tentava criar algo pra te depender
Mas mesmo sem medo hoje ainda preciso viver
E preciso da tua luz pra me fazer crescer
Eu que sou folha e sem Sol não respiro
Você ainda é o fator causador dessa fotossíntese dentro de mim
Não te ter causa dor infinda e sinto uma antítese sem fim
Sem você a seiva que me dá vida deixa de correr
Tudo em mim fica amarelado e deixa de florescer
Não preciso de medo pra te amar
Só digo que sem teu calor vou definhar, secar, deixar de respirar, não mais frutificar.
Você é sol em mim.
Nunca me deixe.
Eu achava que era uma árvore mas vejo que sou uma folha.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Amor e Física (escrita em 03/11)


O amor é amorfo
não tem eixo de simetria nem tem massa homogênea
O amor é amorfo
não possui centro de gravidade óbvio nem volume estático
O amor é amorfo
não tem celulas ou protéinas, nem átomos ele tem!
O amor é amorfo
não obedece as leis físicas! 
Como pode?
Como ele existe então?

O amor é fé
é como esperar algo que meu Pai prometeu sendo eu uma criança
O amor é decisão
é crer como se crê em Deus e pronto.
O amor é atitude
é ter a vontade errar, mas possuir a força de não errar
O amor é coragem
é fazer algo por alguém que não faria o mesmo por você
Como pode?
Como ele existe então?

sábado, 19 de março de 2011

Formiga (escrita em 03/11)


São cinco da manhã o sol vence a lua e amanhece o dia
Acordada a formiga foge das pisadas assassinas dos homens
Pisadas que não são psicopatas, pois não tem intenção de óbito 
Seus autores nem notam a pobre formiga.

São quatro da tarde o sol se enfraquece e a lua acorda a noite
Cansada a formiga ainda procura seus objetivos na solidão fria do breu 
Prisioneira de seu trabalho em fim pode descansar de sem homens e sem folhas
A pequena volta pra sua casa num oco de ébano.

São três da madrugada a lua encontra sua avidez no anil e nos uivos da chuva
A nossa forte delicada, luta entre gotas vindas do céu como anjos da morte
Sobrevive como num milagre de um naufrágio
Destruída sua casa, reside agora em um resto úmido de algo velho.

Vai nascendo a manhã e o sol vence a lua novamente
Acordada a formiga relembra o dia que passou 
Quase a pensar age como se tivesse a força de um leão
Preparada para dias melhores ou não recomeça seu trabalho

sexta-feira, 11 de março de 2011

Não mais saudade

Lembra de mim quando tudo é saudade
Lembra de mim mesmo na felicidade
Lembra de mim quando o sol se por
se não florescerá na dor solidão
e brotará um broto de dor torna-se-a um toco sem cor
que ofusca o que é flor no nosso roseiral de amor
Lembra de mim quando angustia doer como larva a roer tua flor , por favor pois eu sou beija flor por você minha flor faço tudo, faço tudo se então assim de mim lembrar, o cravo então se alegrará e a rosa despedaçará toda dor. então pra sempre haverá e sempre sempre existirá não mais saudade

segunda-feira, 7 de março de 2011

O Leão velho e a Lua nova (Escrita em 06/03/11)

        

         Meu rugido falha, minhas presas quebraram, minhas garras também... preciso reencontrar quem eu quero proteger achar minha missão, lembrar porque eu nasci tão forte; pegar na tua mão te mostrar q vou fazer parte do seu futuro. Minha alma está cansada desses dias repetitivos, agora eu entendo tudo que você falava e me mostrava o quanto eu tinha que crescer mas quase sempre eu não dava ouvidos e prefiria a minha juba, que já não é mais bela por sinal, mas saber que de alguma forma você pensa em mim ainda que não da mesma forma; me cura, embora deixe cicatrizes, a dor se vai. Hoje sozinho nesse zoológico quando olho pra você, quando sinto a luz do Sol que você reflete em mim lembro da paz da savana. Por fora perdi minha avidez de leão mas por dentro meu espírito ainda é o mesmo. Basta você me dar a fé do teu abraço que volto a ser aquele corajoso leãozinho. E devo isso a você Lua.

sábado, 5 de março de 2011

Sete minutos (Escrita em 03/03/11)


Existe uma paz que grita em teu olhar
e quando eu a vejo começo a me lembrar
de tudo que é mais belo dentro em mim
fico assim:
Voo como pássaro Distante...
Ando como Nômade Errante...
Ressoo como Acorde dissonante... 
Tudo isso no mesmo instante.
e é como ver o sol que se põe no horizonte 
em cima de um e alto e colosso monte
ao som do calor na tarde amarelada,
ao tom de uma flor que arde apaixonada
entre brisas de além-mar e nuvens rosadas 
Todas juntas anunciando: 
- estão quase acordadas!
E eu pergunto: -Quem?
E escuto um eco que vai e vem
dizendo:-Em?
Mas eu sei quem vai despertar
A tarde se vai
E as estrelas virão me iluminar
e os pássaros logo vão dormir.
as cigarras acordadas vão sorrir
Percebi agora!
Ainda estou a te admirar
Sete minutos estão a contar
Ainda estou a navegar
Nesse mar particular
Mar de Paz que grita em teu olhar.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Reinventei o amor! (escrita em 03/03/11)


É sim, Desinventei o meu amor...
Dizem que o amor não é real
e que não passa de um ideal
mas basta eu ver você pra eu me esquecer de tudo
perco a fala,  fico mudo
e tudo que eu tinha por seguro
fica em cima do muro
não quero ser sentimental
nem muito menos genial
mas tudo isso grita em mim como um colapso sem fim
quando seu olhar me tenta
me tenta e me arrebenta
até sem querer pensar em ti minha mente pensa
e logo o vento já não venta
e meu amigo sol 
já não me esquenta
e em fim novamente meu amor se reinventa.
e se alcama por segundos minha tormenta.


quarta-feira, 2 de março de 2011

Memórias de um ex-poeta (escrita em 02/03/11)


A cada dia que se passa morrem células no nosso corpo
que nunca mais nascerão novamente, 
cada segundo que você respira, cara hora que bate no seu relógio
é mais um assassinato de um grande momento perdido.
eu mesmo posso estar até perdendo tempo em escrever esse pensamento
ou você perdendo tempo em lê-lo
 Pra que escreve-lo então?
Pra que olhar o mundo diferente ou ver grandes maravilhas
em coisas aparentemente fúteis.
Pra que dançar com as palavras, rimar e deixar-las consonantes 
com o consciente do leitor
Pra quê tudo isso?
Olhar o mar e ver um amigo? Pensar no que uma árvore medita ou o que anseia uma borboleta?
isso loucura gente!
eu devo mesmo
é ser como vocês 
não admirar a verdadeira beleza do mundo e da sabedoria
vivendo cada dia sem esperar ou pensar na morte, 
vivendo um ciclo de actividades sem sentido real 
mas com uma grande lógica aparente de vida, 
- que lógica é essa? um poeta perguntaria.
agora eu respondo como vocês: 
a lógica da vida é morrer.
ao passo que a lógica do tempo
é acabar, passar, exaurir-se.
Sei que essas minhas palavras são incoerentes ou até inconsisas mas deixei-as assim, pois, ficam mais parecidas comigo e meus dilemas acerca disso tudo.

terça-feira, 1 de março de 2011

Ainda existe (escrita em 01/03/11)


Ainda Existe
Fé pra no sonho acreditar
Ainda Persiste
Poesia a me acompanhar
Ainda Insiste
O Sol a me iluminar
Ainda Triste
Estou a caminhar



Ainda Existe
Alguém a me esperar
Ainda Persiste
Quem jurou me amar
Ainda Insiste
Mesmo estando a chorar
Ainda Triste
Me alegra e me faz sonhar

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tantas e tantos (escrita em 28/02/11)



Tantos

Tantas pessoas e regras e eu só me sinto eu nos teus braços
Tantos mundos e máscaras e eu só vejo verdade no teu sorrir
Tantas cores estranhas mas 
tudo fica em preto e branco quando você está lá
Tantos sons ecoando incompreensíveis
mas teu sussurro me ensurdece
enquanto teu beijo me emudece
e tudo que é meu desaparece
e passa a ser teu somente teu, passa a ser você

Tantos monstros gigantes e uivos desconhecidos
[uns criados por mim outros nascidos ao acaso]
mas quando escuto tua voz em meio a essa guerra
logo acordo desse mundo-pesadelo
e volto a solidão do meu quarto seguro,
e só assim Tantas e tantos viram pó pois,
ainda que eu esteja só,
Pensar em ti já me faz um alguém melhor.

https://www.facebook.com/pages/Pensamento-Criado/519097858129213?ref=hl
https://www.facebook.com/davson.sobral

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Caverna (Escrita em 24/02/2011)

"Choro por não poder falar e não sou mudo
Angustio-me por estar só e não sou poeta
Grito um grito sem dor
Por perder quem eu achava que tinha
Acalmo-me em saber que nunca os tive mesmo
Percebo agora que essa caverna
Escura e tenebrosa também me protege do perigo
Vejo que minhas lágrimas ao chão
São o espelho das estrelas e meu maior e único consolo
Considero que meus olhos
Agora molhados e limpos enxergam o mundo melhor
Obrigado caverna"

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O amanhã (Escrita em 20/02/2011)

Apenas 24 horas pra alguns, ou só questão de tempo.
Pra outros a ânsia de morte desenganada ou a
de um  resultado médico tão esperado
ainda existe aquele ansioso por uma resposta de sua amada ou
o resultado de um concurso ou emprego
tudo isso acontecendo nesse exato minuto,
ou melhor, nesse mesmo segundo em algum lugar desse vasto mundo.
O que fazer pra que nos livremos dessas preocupações exageradas que tanto fazem nada por nós?
"Um homem que ousa perder um hora de tempo não descobriu o valor da vida" [Darwin]
"todas as maneiras de abreviar o tempo não o poupam"[Madame de Stael]
"...como diria Franklin,'tempo é dinheiro', mas essa proposição no sentido espiritual é infinitamente mais vailosa porque cada hora perdida é perdida para o trabalho e glorificação de Deus"[Weber]
"O tempo é algo tão antinatural que não deseja outra coisa se não terminar."[Joseph de Maistre]
Já diziam por ai que o tempo foi a primeira criação de Deus em Genesis 1.1 "No princípio..." e
Encerro esse verbete fazendo minha as palavras do alterego "Alvaro Campos" de Fernando Pessoa
"...Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos. Aproveitei-os ou não? Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?!"


(Davson Sobral)]

[Se você Puder dê uma lida em Provérbios do sábio Salomão capitulo 16 de 1 ao 10]

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Importa é que tu cresças [escrita em 12/2010]

Que cada nota desta canção seja uma oração de fé
de amor de união de cura e de unção
que eu ame ao meu irmão 
como amastes tanto a mim
e mesmo assim quando olharem para mim
que possam enxergar somente a ti 
importa é que tu cresças mas em mim.


Importa é que tu cresças e que eu desapareça
quando olharem para mim que vejam o amor
Importa é que tu cresças meu Senhor
(Davson Sobral)

Sem Direção (Escrita a mais de um ano)


   Vou estar onde a dor não pode mais me alcançar
Chegando lá receberei uma coroa das mãos do meu rei
Com meus irmãos nunca mais sofrerei

   Inda me lembro daquele dia que tava sozinho com amente vazia
E como no mar de solidão eu era um barco sem direção
foi  quando Jesus apareceu e essa promessa então me deu.
(Davson Sobral)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Querida Morte

(esse poema transmite tanto sentimento que parece sair do papel..) 
Ó amada minha, mãe de todos meus desejos,
Libertadora de todo meu sofrimento
Só tenho alegria no meu respirar porque sei que um dia irás me encontrar
Teus olhos de mistério despertam uma tormenta de luxúria em minha alma
Luxúria em conhecer-te, em navegar-te, em desvendar-te
Teus cabelos gris sem luz iluminam meus pensares
E eu fico a esperar paciente como se espera a uma mãe
Vem sem demora leva-me desse mundo imundo
Toma-me pela tuas mãos gélidas e pálidas
Abraça-me com a força de um leão
Beija-me e tira-me o que te dou de graça
A vida.

O REI, A RAINHA E A VIDA

(Esse conto é um dos que eu mais adimiro, é um pouco longo mas, vale a pena)

Uma noite dessas a caminhar na estrada,
Me surpreendo ao ver um casal de pedras rindo e sussurrando,
 Fiquei ainda mais abismado ao perceber que o motivo do deboche era eu mesmo,
Me aproximei para tomar satisfações.
 Ao chegar mais próximo uma das pedras gargalhou ainda mais alto.
 Indignei-me e perguntei o que havia de errado...
Qual o sentido da sua vida, homem?
-Perguntou a pedra-
Não entendi?
-respondi eu-
Você vive por qual razão, humano?
-a outra pedra perguntou-me em ironia-
Pensei e pensei, e logo a pergunta
Bateu como um golpe em minha testa,
E não tendo o que responder devolvi na mesma moeda...
E você pedra, vive pra quê?
Foi quando ela disse:
Em primeiro lugar sou eterna nunca nasci.
Em segundo, existo pra firmar o chão que você e os outros seres vivos pisam.
 E você?
-perguntou em deboches novamente-
Como eu não tinha o que responder,
 dei às costas, e em meio à piadas voltei à estrada muito angustiado.
Seria eu a escória dos seres?
Pois até um verme encontra seu papel arando a terra, e eu?
Logo adiante encontrei um pequeno lago,
Olhei-me no reflexo do lago que parecia me dizer algo...
No silêncio da noite azul escutei essas frases que muito me comoveram:
“Perdoa por não ser eu tão sábia como o céu,
 Céu que tudo sabe e tudo vê...
Perdoa por não ser eu tão humilde como a nuvem,
Nuvem que passa sem querer ser vista...
Perdoa, porque não consigo ser tão constante como o sol,
Sol que todos os dias amanhece e anoitece sem falta,
Perdoa, porque sou meramente substituível e quase nada.”
Escutando aquilo de minha própria alma
Saí logo de perto daquele lago,
 não me contive e chorei, estaria ela certa?
 Será que não existe razão na minha existencialidade?
Foi quando pensei...
Uma árvore vive centenas de anos.
 Já um inseto, poucas semanas...
Será que a árvore acha sua vida longa?
Será que o inseto acha sua vida curta?
Ou será que para eles a vida tem o mesmo tamanho que tem pra mim?
É, mas isso não responde a minha pergunta inicial...
Por que eu vivo?
Percebo agora que até o tapete de meu quintal encontra
a perfeição de sua existência sujando-se com os sapatos,
Já um bom remédio, curando,
Já um bom veneno, matando.
E tenho certeza que essas coisas encontram o sentido de suas vidas, aperfeiçoando seus objetivos...
E eu?
Completando minha agonia, vejo que se eu banisse desse mundo
 qualquer ser, haveria tal desequilíbrio,
Que afetaria tudo que eu conheço de mundo hoje.
Só que eu, como não tenho razão existencial,
posso desintegrar-me, que não afeto nada...
E nem precisarei ser motivo de piada de pedras.
Mas...
Agora tudo parece claro... Realmente eu não tenho razão de existência...
Eu sou a razão de tudo... Tudo existe pra mim...
Eu sou a razão, é obvio...
Se tudo que existe tem uma razão...
Não estaria existindo lá por acaso... Está lá por mim...
Eu sou o Observador... Sou eu que contemplo tudo...
Eu que admiro a vida das coisas...
Então eu tenho uma grande razão de existência agora:
A existência de tudo, sem mim tudo que existe não tem razão.
EU NÃO SOU SERVO, SOU REI.
Voltando lá na beira da estrada, onde as pedras estavam...
Não as encontrei,
Na verdade, de tão eufórico pela descoberta do meu reinado.
Acho nem as procurei direito...
Corri no pequeno lago pra contar as boas novas à minha alma,
 Encontrei-a chorando...
- Não chore minha rainha, escute os pássaros,
 Sinta o calor ameno do sol das cinco, já amanheceu...
Temos um longo e lindo dia pra cuidar de nosso reino,
Você e eu.
                                                                                                                  Davson Sobral

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

RECADO PRA VOCÊ LEITOR

1- VOCES PODEM USAR MEUS ESCRITOS COMO DESEJAREM TODOS SÃO REGISTRADOS E PATENTIADOS EM MEU NOME, DESDE QUE DIVULGEM O BLOG.
2- QUANDO UM POEMA MEU TIVER SIDO CRIADO NUMA DATA MENOR QUE 1 ANO, COLOCAREI A DATA JUNTO AO TÍTULO.
TODOS POEMAS SEM DATA FORAM ESCRITOS A MAIS DE 1 ANO
3- (MAIS IMPORTANTE) PAREM DE ME PERGUNTAR SE ESTOU PASSANDO POR PROBLEMAS  EMOCIONAIS. NÃO SEJAM TOLOS, LEIAM "AUTOPSICOGRAFIA" DE FERNANDO PESSOA (tá no meu perfil de orkut) Obrigado.
Mensagem de um Pessimista

Aproveite o dia de hoje, não reclame, esteja grato, agradeça sempre,
 não se incomode tanto com a prosperidade dos outros,
nem também com a falta do que você tanto almeja,
 nem reclame pela estrada que você está seguindo,
 não diga que as coisas andam ruins ou que você não está satisfeito...
Amanhã tenho certeza que você vai viver algo muito pior, ruim e triste
 comparado a o que você vive hoje...
Por isso repito mais uma vez: aproveite bem o dia de hoje.
Davson Sobral

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A NATUREZA DO SILÊNCIO



Dedico esse poema ao maior barulho que já existiu,
tão alto que por mais longe que estivermos, dos outros e do mundo,
                              ainda sim o escutaremos. O Silêncio.”          (Davson Sobral)

  O Silêncio existe?
 Silêncio é ausência de Barulho?
Ou Barulho é a ausência de Silêncio?
Seria o silêncio um tipo barulho?
É comprovado que inúmeras faixas sonoras são imperceptíveis ao ser humano...
Então o que é para mim silêncio pode ser barulho para um cachorro ou morcego.
Enquanto leio um livro...
Paro e escuto as máquinas a construir um edifício ao meu lado,
No começo, parece-me incômodo, depois percebo o barulho em curtos instantes,
Logo após, está ele imperceptível para minha mente ocupada com o livro.
E ainda mais, agora esse barulho ensurdecedor,
 “apaga” os outros sons rua e da vizinhança
 e torna-se pra mim até cômodo, parece com o silêncio de uma biblioteca...
Só que de repente quando ele cessa...
Levo um grande susto, (!!!)
Que ironia !!!
O silêncio me assustou como um grande barulho...
Concluo: Se existir um grande barulho como esse desde o início da minha existência,
 nunca o perceberei, pelo menos até que ele pare.
Ora, se em apenas alguns minutos já deixei de escutá-lo,
Que dirá em anos?
Dizem que o mundo foi criado, se Ele foi criado como dizem,
Obviamente antes; não se existia barulho.
Pois, nem se quer existia-se algo,
Sendo assim, se algo existe realmente...
 Esse algo é o silêncio.
Sempre existiu, habita entre nós, sempre existirá...
Até depois de nós; Ele ainda estará aqui.
Ele era antes desse poema e será ainda depois do ponto final.
E ainda só, pense comigo...
“NADA SE CRIA, TUDO SE TRANFORMA”
Sendo assim, se você fechar seus olhos agora e imaginar,
Uma coisa que você nunca imaginou,
Por exemplo:
Um cavalo branco com círculos pretos espalhados pelo corpo...
Onde estava esse cavalo antes de ser imaginado?
Na sua memória?
De maneira nenhuma!
Você nunca o tinha imaginado...
Onde ele estava então?
Ele era Silêncio.
Antes éramos Silêncio...
Agora somos barulho...
Breve seremos silêncio outra vez.

_______ DAVSON SOBRAL _______