quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O monge escritor

Já fui de tudo um pouco e um pouco de tudo eu já fui.
Fui uma vez cavaleiro para procurar uma joia rara 
num estranho monte chamado Púrpura só e eu Zeus, que é meu bravo cavalo.
Ele mesmo me salvou duas vezes nessa viagem, mas quem ia acreditar? 
Outra vez fui menino pequeno para acompanhar a pesca do meu Pai numa tarde dourada 
pescamos um peixe tão grande que não conseguimos tira-lo da água,
desistimos e deixamos o grande lá, mas quem ia acreditar?
Fui também Águia, para ajudar os filhotes perdidos na mata em grande queimada,
Fui  Gávião, para atacar lenhadores maus que sujavam e destruíam a floresta vorazmente
Fui Andorinha, Para guiar navegantes perdidos em naufrágio terrível, indicando a terra firme
mas quem ia acreditar? 
Fui uma vez um monge numa cama de quarto que ao ver uma  estrela cadente 
lembrou-se de seu sonho quando jovem: o de ser  um escritor e comover pessoas.
Hoje mesmo doente e velho se lembra alegre e feliz do rumo contrário que tomou.  
mas quem ia acreditar? 
Quem ia acreditar?
Cada um desses fui em cada texto que nunca escrevi
Cada mundo que se perdeu em minha mente sem que eu o criasse o no papel
Mas hoje os escrevo, hoje sou cada um desses. Hoje sou aventureiro cavaleiro e seu cavalo, sou criança e seu amado pai, sou Águia protetora, Gavião corajoso e Andorinha salva-vidas, mas o que mais sou mesmo é Monge doente e velho que mesmo sem ter realizado seus grandes sonhos está alegre do rumo que deu a sua vida e em fim dorme feliz.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Dedo na tomada



O grande Baudelaire já dizia "(...)explicar intenções é inútil tanto para amigos quanto para inimigos. Os amigos já suspeitam ou já sabem delas mesmo quando as açoes mostram o contrário; já os inimigos nem com um rio de palavras me entenderiam.[adaptado]"
eu mesmo me fiz de pensamento-pequeno a fim de ensinar a esses algo. tanto que me fiz pequeno, eu que sou grande, que cheguei até ao limite da linha tênue que separa a sapiência da homo-sapiência, no momento tangente percebi que seria um caminho sem volta, dai voltei ao cume do monte e parei de tentar me explicar em palavras a quem não me ia entender nem se eu desenhasse. Existem idades mentais no desenvolvimento humano onde uma frase explicativa como essa:- Meu filho se você colocar o dedo na tomada levará um choque. Não faz sentido algum. Nesse caso funciona o velho e conhecido: Se você colocar o dedo na tomada vai apanhar feio!!! Davson sobral

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Luz

"O meu amor por você é como distante luz que a princípio parece pequena,
e essa mesma luz de tão grande que é a escuridão,
torna-se clarão, alumiando e aquecendo o que era solidão
Nutrindo tudo o que há de mais belo e sagrado em mim
Iluminando o caminho escuro
que leva ao meu lugar seguro
já cheguei até a pensar em sair dessa caverna escura 
 e ir pra onde o sol me ilumina
mas, deixaria de enxergar essa pequena luz clarão que me é tão vital
logo deixo então essa frágil luz me envolver pelo abraço seu
 invadindo-me ainda que me deixando nu me fazendo clarão
tirando tudo o que é sombrio e sozinho em mim
e me tornando um só com ela
como um ponto de luz num mundo que antes era escuro
e o que esse amor tem forte, tem mais ainda de puro"



por Suelen Cruz e Davson Sobral